sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Casal

Palavras.

De certa forma, ela se mistura com o que podemos dizer: Amor.

O toque.

A troca de olhares.

A unha e a pele.

Aquelas marcas, com o tempo vão embora...

Hoje elas aparecem para te lembrar alguém.

Alguém que de longe faz o seu corpo arrepiar e seu coração bater mais rápido.

Talvez seja esse, que com palavras te faça sentir aquilo que toque nenhum pode fazer.

Uma mistura de sensações.

Algo que dura pouco, e você não quer deixar ir embora...

Só a lembrança pode mexer com você e te fazer pensar: Quero mais.

Pois naquele momento tudo tinha sido tão bonito que você quase ficará triste por saber que nunca mais terá um momento como aquele.





                                                   
                                                                                                                         @tehquintela

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E foi naquela tarde de novembro que tudo começou...

Para mim, tudo começou com “A Inscrição”, foi na sétima serie, tinha 13 anos quando em uma atividade da sala lemos esse excerto da obra:

“BENTO
CAPITOLINA”




Se você leu ou viu a minissérie deve se lembrar dessa cena,  a famosa cena do muro. Eu sei que era nova leitor, mas sempre tive muito interesse por livros então  fui à busca de “Dom Casmurro” na biblioteca da escola.

Confesso que li, mas precisei de auxilio para compreender a obra e mesmo assim algumas coisas me deixaram intrigada. Em 2008 veio a serie, assisti o primeiro episodio no restaurante onde foi a minha formatura e o ultimo na companhia da Juliana Borges .

Não sei, talvez seja a presença constante da obra na minha vida, no Ensino Médio, a obra se torna fundamental meus caros, ou talvez seja algo além disso...

 A beleza no enredo, na serie...

Sinestesia talvez seja a palavra certa caro leitor.

Mas vamos a historia dos subúrbios porque falar de Capitu vai me render mais algumas páginas...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Elephant Gun


Quantos corações quebrados.
Ela partira o coração dele de novo, como se fosse de vidro, agora os cacos estavam no chão.
Ali, ele se encontrara também, toda a expectativa, tudo que ele imaginara estava acabado.
O jardim de inverno, ela de vestido claro, “Elphant Gun” de fundo e a pele dele arrepiada, tudo se foi.
Como se fosse simples, uma grande construção pode desmoronar também.
Não basta vontade, não basta isso que chamam de “amor”.
Ás vezes precisa de algo a mais.
E ele permanecia lá, com a lembrança dela indo embora...
A chuva de verão.
Ela, sua tempestade particular, uma das poucas que faziam ele se sentir tão bem...
Ou tão mal.
Sua respiração ofegante, mas algumas palavras não saiam da sua cabeça:

“Deviam ser tratados do mesmo jeito, apaixonados e loucos. A razão por que os enamorados não são punidos e curados assim é que essa sandice esta tão disseminada que os próprios acoitadores também estão apaixonados. Contudo, eu defendo que a cura pode ser obtida através de conselhos”

Ele deveria ter lido isso em algum lugar (Shakespeare talvez), agora compreenderá...

Estava louco e procuraria a cura.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Maybe...

Talvez o fim uma hora justifique os meios,

Talvez chegue a hora que poderemos colocar um verdadeiro significado nas coisas,

Talvez um dia, aquela “cultura inútil” se torne útil

Talvez o passado não seja ilusão e tudo aquilo que sonhará se torne realidade

Talvez o medo aflore quando menos precisamos dele

Talvez a bobeira acabe e comecemos a nos importa com o que realmente importa.

O que realmente importa?

Muitas perguntas e nem sabemos metade das respostas.

Talvez seja tolice

Só isso.
                                                                            @tehquintela







“Ou talvez...

... o universo simplesmente esteja mais consciente que nós. Existem muitas coisas que ainda não aprendemos a ler.”   - Philip Pullman

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Continua...

É nessa hora que eu gostaria de respirar você.

Como uma escritora você seria meu texto, o meu personagem principal no qual eu colocaria um final trágico.

Se fosse uma música seria aquela com frases soltas, mas mesmo assim faz sentindo.

Uma serie colorida.

Um filme com final aberto.

Desenhos com traços firmes.

A inspiração de quadros.

A beleza que me inspira.

A arte.

Será que podemos falar sobre ela novamente?

“A arte pela arte.”

Será que isso que faço é algo ou deixa de ser?

Vômitos de palavras, idéias sem sentindo, textos incompletos.

É...

(...)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fica comigo esta noite?

Esqueça o ontem, o que já passamos e o que virá.
Fica comigo esta noite?
Esqueça os meus defeitos, esqueça tudo que já passamos.
Fica comigo esta noite?
Não vou te pedir perdão, não vou pedir nada além de:
Fica comigo esta noite?
Amo-te
Fica comigo esta noite?
Quisera eu poder escolher algo nesse mundo...
Não sou poeta, não sou cantora.
Talvez só alguém que tenha afinidade com palavras...
Mas fique comigo esta noite e não te arrependerás.









Só mais um poema com mais referencias do que originalidade. (@tehquintela)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Don't You Remember?

Me lembro da primeira vez que ouvi uma música dela... A música era dela, mas a voz era de outra pessoa. Talvez seja por isso que toda vez que escuto “Make You Feel My Love” sinto algo incrível, uma mistura de sentimentos, nostalgia talvez.

Adele foi parte fundamental da minha “trilha sonora” desses dois últimos anos. Foi ouvindo ela que vi uma criança crescer, um amor desabrochar, corações serem quebrados e reconstruídos, pessoas seguindo suas vidas e a chuva caindo mais uma vez.

Através das letras dela pude encontrar as palavras que eu procurava para demonstrar algo, ou só um titulo que eu precisava para um post.

Suas musicas me inspiram, me trazem lembranças que temo um dia esquecer...


 

Round my hometown
Memories are fresh
Round my hometown
Oh the people I've met
Are the wonders of my world
Are the wonders of my world
Are the wonders of this world
Are the wonders now

I like it in the city
When the air is so thick and opaque
I love to see everybody in short skirts
Shorts and shades
I like it in the city when two worlds collide
You get the people and the government
Everybody taking different sides

Shows that we ain't gonna stand shit
Shows that we are united
Shows that we ain't gonna take it
Shows that we ain't gonna stand shit
Shows that we are united
   
                                                                                                 -Hometown Glory

 @tehquintela



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Caixa Rápido – 20 itens

Supermercados, com certeza são interessantes.

Mercados de Atacado, nunca reparo em ninguém  mas acho tão agradável aquele ambiente em que quanto mais você comprar mais barato fica.

Mercadinho de esquina perto de casa, você sempre acaba vendo alguém que você conhece e chega uma hora que isso se torna chato.

Os Supermercados tem um certo charme.

Queria ter uma criança na família só para mexer nas balanças, brincar com as frutas ou legumes (na ultima vez mamãe brigou e falou que brincar com cenoura não pegava bem), olhar os brinquedos, correr com o carrinho sem que alguém me olhasse com cara de “WTF?”.

Crianças brincando, pessoas comprando bebidas, mães fazendo a compra do mês, pessoas com roupas estranhas e alguns (eu) olhando os DVDs e livros e todos aqueles doces...

“Não é fantástica a idéia de que algumas pessoas passam por nos uma única vez na vida e depois você nunca mais veremos ela de novo?” certa vez me disse alguém que eu admiro muito.

Não sei se fantástica é a palavra certa, mas é interessante observar as pessoas que passam por você, aquelas que você acha que já viu em algum lugar, aquelas que você consegue imaginar uma historia toda às vezes só por algum detalhe...

Não sei se sou a única, mas quando estou no trólebus e vejo alguma pessoa que se destaca no meio das outras crio toda a historia dela na minha cabeça, vejo um significado para cada peça de roupa ou o porquê dela estar lendo aquele livro ou o motivo para uma cor de cabelo tão bonita.

Pode ser só falta do que fazer, mas às vezes você pode ver uma pessoa e sem conhecer ela criar alguém fantástico.


                                                                                                                                         @tehquintela

sábado, 3 de dezembro de 2011

O que aconteceu com as bigornas?

A bigorna é usada para moldar e fabricar ferramentas, facas, grades e inúmeros objetos, aquecendo-se o ferro forjado até atingir o nível de calor denominado rubro, no qual o metal fica bastante elástico e pode ser trabalhado com pancadas fortes e constantes de diversos tipos de martelo. A maioria das bigornas possui dois furos: um quadrado, para o encaixe de instrumentos de corte e moldagem, e outro redondo, utilizado para se fazer furos em chapas relativamente finas.
Foi largamente usada até o fim do século XIX por ferradores (de cavalos) e ferreiros em geral, principalmente os especializados em armas (ferreiros-armadores), que confeccionavam espadas, machados, lanças, escudos, malhas e armaduras. Atualmente caiu em desuso comercial devido a processos industriais de fabricação, porém ainda é utilizada por artistas e escultores, em trabalhos específicos de reparo e como passatempo.
Seu peso e resistência a torna presença comum em desenhos animados, onde geralmente representa a dor (associada ao ferro quente) ou a morte instantânea (associada ao esmagamento).
Era interessante ver as bigornas em desenhos, quando achávamos que nada pior podia acontecer esperávamos por uma bigorna caindo do céu.

Lembro de quando era menor, eu sempre pensava em bigornas e que talvez veria uma delas ou um piano caindo do céu.

Mas logo que falo de bigornas lembro da ACME, se Coyote precisasse de algo para capturar Papa léguas, certeza que ele pediria algo da ACME, até no jogo que tinha do Play 1 ele fazia isso.

A ACME faz parte de um mundo incrível, podemos entender melhor esse mundo assistindo “Uma Cilada Para Roger Rabbit” ou alguns episódios de Looney Tunes...

Enfim... Acho que no fundo, não sinto falta das bigornas mas dos desenhos, das piadas idiotas, de como Frajola sempre ia atrás do Piu-Piu, de como Patolino sempre se dava mal, de como Taz me assustava, Pepe le pew era encantador mas muito esquisito, Pinky e Cérebro e Felicia e também tinha Animaníacs todo domingo de manhã e era possível ter todos eles em casa nos tazos...

E a bigorna me lembrou isso e muito mais...

“Por hoje é só pessoal”


                                                                                   @tehquintela

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Viver, até quando?

Até quando essa rotina?

Até quando essa mediocridade?


Até quando essa coisa que ninguém entende, mas todos fingem que sabem?

Giramos em círculos.

Movimentos circular.

Desculpa te informar:

Não vamos a lugar algum.

Pode correr ou se esforçar o quanto quiser,

O fim é o mesmo.

De longe, tudo parece igual.

Viver?

Que tolice.

Tudo que se esforçamos para fazer um dia percebemos que é inútil

Os segredos que guardamos, não são nada demais.

De nada importa...

A hora chega e você fecha os olhos e não os abre mais.

Epílogos e finais.

domingo, 20 de novembro de 2011

Píramo e Tisbe


 "Píramo era o mais belo jovem e Tisbe, a mais formosa donzela em toda a Babilônia, onde Semíramis reinava. Seus pais moravam em casas contíguas; a vizinhança aproximou os dois jovens e o conhecimento transformou-se em amor. Seriam venturosos se se casassem, mas seus pais proibiram. Uma coisa, contudo, não podiam proibir: que o amor crescesse com o mesmo ardor no coração dos dois jovens. Conversavam por sinais ou por meio de olhares, e o fogo se tornava mais intenso, por ser oculto.
Na parede que separava as duas casas, havia uma fenda provocada por algum defeito de construção. Ninguém a havia notado antes, mas os amantes a descobriram. Que há que o amor não descubra? A fenda permitia a passagem da voz; e ternas mensagens passaram nas duas direções, através da fenda. Quando Píramo e Tisbe se punham de pé, cada um de seu lado, suas respirações se confundiam.
- Parede cruel! - exclamavam. - Por que manténs separados dois amantes? Mas não seremos ingratos. Devemos-te, confessamos, o privilégio de dirigir palavras de amor a ouvidos complacentes.
Diziam tais palavras, cada um de seu lado da parede; e, quando a noite chegava e tinham de dizer adeus, apertavam o lábio contra a parede, ela do seu lado, ele do outro, já que não podiam aproximar-se mais.
De manhã, quando a aurora expulsara as estrelas e o sol derretera o granizo nas ervas, os dois encontraram-se no lugar de costume. E então, depois de lamentarem seu cruel destino, combinaram que, na noite seguinte, quando tudo estivesse quieto, eles se furtariam aos olhares vigilantes, deixariam suas moradas, dirigir-se-iam ao campo e, para um encontro, iriam ter a um conhecido monumento que ficava fora dos limites da cidade, chamado o Túmulo de Nino, e combinaram que aquele que chegasse primeiro esperaria o outro, junto de uma certa árvore.Era uma amoreira branca, próxima de uma fonte. Tudo ficou combinado e os dois aguardaram, impacientes, que o sol se escondesse sob a s águas e que a noite delas se levantasse. Então, Tisbe ergueu-se, cautelosamente, sem ser observada pela família, cobriu a cabeça com um véu, caminhou até o monumento e sentou-se embaixo da árvore. Enquanto estava ali sentada, sozinha, à luz difusa da noite, avistou uma leoa, que, com a boca ensangüentada por uma presa recente, aproximava-se da fonte, para matar a sede. Ao vê-la, Tisbe fugiu e refugiou-se numa gruta, deixando cair o véu quando fugia. A leoa, depois de saciar a sede na fonte, virou-se para voltar aos bosques, e, ao ver o véu no chão, investiu contra ele e
despedaçou-o, com sua boca ensangüentada.
Píramo, que se atrasara, aproximou-se, então, do local do encontro. Viu, na areia, as pegadas da leoa e o sangue fugiu-lhe das faces. Logo em seguida, encontrou o véu, dilacerado e cheio de sangue.
- Desventurada donzela! - exclamou. - Fui a causa de tua morte! Tu, mais digna de viver que eu, caíste como primeira vítima. Seguir-te-ei. Fui o culpado, atraindo-te a um lugar tão perigoso, e não estando ali eu próprio a guardar-te. Vinde, leões, dos rochedos e despedaçai com vossos dentes este corpo maldito!
Apanhou o véu, levou-o até a árvore onde fora combinado o encontro, e cobriu-o de beijos e lágrimas.
- Meu sangue também manchará teu tecido - exclamou.
E arrancando a espada mergulhou-a no coração. O sangue esguichou da ferida, tingiu de vermelho as amoras brancas da árvore, e, penetrando na terra, atingiu as raízes, de modo que a cor vermelha subiu, através do tronco, até o fruto.
Enquanto isso, Tisbe, ainda trêmula de medo, e não desejando, contudo, desapontar o amante, saiu cautelosamente, procurando o jovem com aflição, ansiosa por contar-lhe o perigo que atravessara. Ao chegar ao local e vendo a nova cor das amoras, duvidou que estivesse no mesmo lugar. Enquanto hesitava, avistou um vulto que se debatia nas vascas da agonia. Recuou, e um tremor percorreu-lhe o corpo todo, como a água tranqüila se encrespa ao ser atingida por uma lufada repentina de
vento. Logo, porém, reconheceu o amante, gritou e bateu no peito, abraçando-se ao corpo sem vida, derramando lágrimas sobre as feridas e beijando os lábios frios.
- Píramo, quem te fez isto? - exclamou. - Responde, Píramo! É tua Tisbe quem fala. Sou eu, a tua Tisbe, quem fala. Ouve-me, meu amor, e ergue esta cabeça pendente!
Ao ouvir o nome de Tisbe, Píramo abriu os olhos e fechou-os de novo. A donzela avsitou o véu ensangüentado e a bainha vazia da espada.
- Tua própria mão te matou e por minha causa - disse. - Também posso ser corajosa uma vez, e meu amor é tão forte quando o teu. Seguir-te-ei na morte, pois dela fui a causa; e a morte, que era a única que nos podia separar, não me impedirá de juntar-me a ti. E vós, infelizes pais de nós ambos, não negueis nossas súplicas conjuntas. Como o amor e a morte nos juntaram, deixai que um único túmulo nos guarde. E tu, árvore, conserva as marcas de nossa morte. Que tuas frutas sirvam como memória de nosso sangue.
Assim dizendo, mergulhou a espada no peito.
Os pais ratificaram seu desejo, e também os deuses. Os dois corpos foram enterrados na mesma sepultura, e a árvore passou a dar frutos vermelhos, como faz até hoje."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mad Girl's Love Song

"I shut my eyes and all the world drops dead;
I lift my lids and all is born again.
(I think I made you up inside my head.)

The stars go waltzing out in blue and red,
And arbitrary blackness gallops in:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)

God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I fancied you'd return the way you said,
But I grow old and I forget your name.
(I think I made you up inside my head.)

I should have loved a thunderbird instead;
At least when spring comes they roar back again.
I shut my eyes and all the world drops dead.
(I think I made you up inside my head.)"
 Sylvia Plath.

domingo, 13 de novembro de 2011


"Ela disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas mas em todo meu jardim não há uma única rosa vermelha."


Oscar Wilde – A Rouxinol e a Rosa


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dente de Leão


Eram tantos que ela poderia fazer um buque.

Um buque sensível, com o vento se desmancharia...

Talvez essas sejam as flores idéias para se dar a alguém.

São bonitas e duram pouco.

Podem machucar ou agradar...

Não importa.

Quando assoprarem, ela vai embora.

FIM.


@tehquintela

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Criança



A criança que antes era pega no colo hoje corre.

Corre em direções distintas das outras crianças.

Corre não sei pra onde.

Corre não sei pra que.


Só corre.


A criança que era amada hoje esta pronta para amar alguém.

Crianças prontas para sofrer

Para viver.

Crianças que com sua inocência acreditavam em baboseiras,

Hoje pregam peças em despreparados.

Crianças que sabiam de cor aberturas de desenhos, historias de livros infantis, o nome de personagens

E mesmo assim queriam reprise.

Criança quando gosta, ama.

Depois inverte, diz que ama mas só gosta.

Quer só episódios novos, se preocupa com o tempo.


Rever pra que?
Tempo pra que?


Crianças que anseiam por crescer.

Crianças não tem o que temer.

Crianças um dia vão se arrepender,

Um dia vão sofrer.

Deixar de ser criança dói.


Dói mais ainda perceber que você não vai conseguir deixar de ser...







@tehquintela


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte chama.

Bom servo das leis fataias
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes,
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.




(Fernando Pessoa)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O desprezo.


Ninguém, só eu.
Mas até quando?
Até quando isso vai doer?
Pra quê?
Parece que escutamos, mas não ouvimos nada,
O som da batida esta muito longe.
O inverno esta distante
E isso é tão estranho.
O presente já parece passado.
O que vai ser do futuro?
Até ele se torna passado...
Mas enquanto isso “Te amo totalmente, ternamente, tragicamente."

                                                                                                                             @tehquintela

quarta-feira, 26 de outubro de 2011



O Guia do Mochileiro das Galáxias teve, no que nós chamamos ridiculamente de passado, muito que dizer sobre universos paralelos. No entanto, a maior parte desse conteúdo é incompreensível para qualquer um abaixo do nível Deus Avançado e, como já havia sido determinado que todos os deuses conhecidos tinham surgido uns bons três milionésimos de segundo após o início do universo e não, como costumam dizer por aí, uma semana antes, eles já têm muita coisa para explicar só por causa disso e não estão disponíveis para tecer comentários sobre temas profundos de física.

Uma coisa encorajadora que o Guia tem a dizer sobre os universos paralelos é que você não tem a menor chance de compreendê-los. Você pode, portanto, dizer coisas como “O quê?” e “Hein?” e até mesmo ficar vesgo e fazer papel de tolo sem ter medo de parecer ridículo.

A primeira coisa que devemos saber sobre os universos paralelos, explica o Guia, é que eles não são paralelos.

Também é importante saber que eles não são, estritamente falando, universos, mas fica mais fácil tentar compreender isso um pouco depois, após compreender que tudo o que você havia compreendido até então não é verdade.

O motivo pelo qual não são universos é que qualquer universo em particular não chega exatamente a ser uma coisa, mas sim uma maneira de compreender o que é tecnicamente conhecido como MGTC, Mistureba Generalizada de Todas as Coisas. A Mistureba Generalizada de Todas as Coisas também não existe na prática — é apenas a soma total de todas as maneiras diferentes que haveria para compreendê-la, caso existisse uma.

O motivo pelo qual não são paralelos é o mesmo pelo qual o mar não é paralelo. Não significa nada. Você pode fatiar a Mistureba Generalizada de Todas as Coisas do jeito que quiser e geralmente vai acabar com algo que alguém vai chamar de lar.

Por favor, sinta-se à vontade para enlouquecer agora.
                                                                                        
                                                                                   Praticamente Inofensiva, capítulo 3
   

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Câmara Secreta

Não tema os fantasmas desta casa; eles são a menor de suas preocupações.
Pessoalmente, acho os barulhos que eles fazem reconfortantes,
os rangidos e passos no meio da noite,
seus truquezinhos de esconder coisas, ou tirá-las do lugar, acho
meigos, não pertuquietantes. Fazem o lugar se parecer muito mais com um lar.
Habitado.
À parte os fantasmas, nada vive aqui por muito tempo. Nem gatos,
nem ratos, nem moscas, nem sonhos, nem morcegos. Dois dias atrás
vi uma borboleta,
uma monarca, acho, que dançava de quarto em quarto
e pousava nas paredes e esperava perto de mim.
Não há flores nesta casa vazia,
e, temendo que a borboleta morresse de fome, forcei uma janela até escancará-la,
fiz minhas duas mãos em copas em torno do seu ser farfalhante,
e, sentindo suas asas beijando-me as palmas tão suavemente,
a pus para fora, e a vi voar para longe.
Tenho pouca paciência com as estações aqui, mas
a sua chegada aliviou o frio deste inverno.
Por favor, ande por aí. Explore quanto quiser.
Rompi com a tradição em alguns pontos. Se há
um cômodo trancado aqui, você jamais saberá. Não vai encontrar
velhos ossos ou cabelos na lareira do porão. Não encontrará sangue.
Olhe:
só ferramentas, uma máquina de lavar, uma secadora, um aquecedor
de água e um molho de chaves.
Nada que possa alarmar você. Nada sombrio.
Posso ser carrancudo, talvez, mas apenas tão carrancudo
como qualquer um que tenha sofrido o que sofri. Infortúnio,
descuido ou dor, o que importa é a perda. Você verá
a mágoa perdurar em meus olhos, e sonhará
pelos corredores desta casa. Trazendo um pouco de verão
no seu olhar, e com seu sorriso
Enquanto estiver aqui, é claro, você ouvirá os fantasmas, sempre no quarto ao lado,
e pode acordar ao meu lado à noite,
sabendo que há um espaço sem porta
sabendo que há um lugar que está trancado mas que não está lá. Ouvindo-os
lutar, gemer, bater, pisar.
Se você for sábia, correrá para a noite, farfalhando para o ar frio
vestindo, talvez, a camisola mais rendada. Os seixos duros da estrada
farão seus pés sangrarem enquanto corre,
portanto, se eu quisesse, poderia segui-la,
saboreando o sangue e os oceanos de suas lágrimas. Em vez disso, esperarei,
aqui, no meu lugar particular, e logo porei
uma vela
na janela, amor, para guiá-la na volta.
O mundo farfalha feito insetos. Acho que é assim que hei de me lembrar de você,
minha cabeça entre as saliências brancas de seus seios,
ouvindo as câmaras do seu coração.
-  Neil Gaiman

Obrigada Sérgio por me apresentar esse ótimo autor que combinou comigo. @tehquintela

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tempos perdidos


Deixe o sorrido de lado, já foi muito usado.
Quero ver o seu rosto agora.
Livre.
Tudo o que aconteceu, irá ser lembrado.
Muitas vezes esquecido.
Mas sempre estará aqui.
Chega de sorrir!
Olha
Veja o que nós nos tornamos
Normais.
Solte o cabelo
Mude de expressão.
Olha para mim de uma vez por todas!
Castanhos, lembra?
Lembra?
Lembr?
Lemb?
Lem?
Le?
L?
?




















@julborges

Paciência.

Acordo com você ao meu lado, dizendo que é hora de ir embora;
Arrumo as minhas malas, pego a minha escova de dente e digo a mim mesmo que a é hora é agora.
Deixo a mala para trás, entro no carro convencido de que vamos embora de vez.
Ligo o carro, fecho as janelas e você se vai.
 Mudo a rota e volto para rotina.
Até quando?
Dentro da sala, vejo você lá fora, me dizendo para ir logo senão eu irei me atrasar, de novo. 
Saiu e digo que não possível, que já havíamos conversado sobre isso, mas você sempre me convence do contrário; tento uma fuga, mas sou barrado pelos deveres.
Ah! Um dia...
... E esse dia há de chegar.
Fugirei.
De vez.
Com você, Vento.
Mas por enquanto não me provoque. Saiba que nunca esquecerei de você, me visite quando sentir que posso de uma vez por todas fugir...
... Mas por enquanto...
                                                                                                                       ... Não há fuga.

















@Julborges

Insight

Todo o corpo doía, todo pensamento era em vão, toda lembrança parecia que não tinha existido, porém ela imaginava que outras coisas poderiam ter acontecido. Conflito entre realidade e imaginação. 

Não fazia sentindo, nunca fez... Um pequeno impulso já é suficiente para que tudo voltasse e nem sempre parecia que aquilo poderia ir embora.

Quando ela menos percebeu, aquilo se foi, mas ela sabe... Vai voltar.

Sorrisos falsos são só tentativas.

Conversas banais, esconderijos.

Livros e filmes, aconchego.

Mas para variar:

Não há fuga. 

                                            @tehquintela

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Lonas amarradas esperando pelo sopro da vida que virá a noite.
Risos vermelhos.
Amores não correspondidos.
Mãos prevendo o futuro de corações partidos.
 Homens com o poder de engolir mais do que palavras.
 Essa noite não se repetirá tudo será único.
 Ao fechar os olhos perceberá que tudo isso é real.
O gosto do seu primeiro amor voltará aos seus lábios.
 A dança ao som do piano será completa dessa vez.
 Ao amanhecer tudo voltará ao normal.
Mas você não irá esquecer-se de suas palavras, 
De suas danças,
 De suas canções
  E que a sua vida adquiriu tons diferentes
Pelo menos por uma noite.










@Julborges