terça-feira, 21 de agosto de 2012

"Eu não sou uma maquina. O que uma maquina pode saber sobre o aroma da relva molhada de manhã ou sobre o som de um bebê que chora? Eu sou a sensação do calor do sol sobre minha pele; sou a sensação da onda fria que se quebra de encontro ao meu corpo. Sou os lugares que nunca vi, mas que posso imaginar quando meus olhos estão fechados. Sou o sabor do hálito de outra pessoa e a cor dos cabelos dela. Você zomba da pouca duração da minha vida, mas é o próprio medo de morrer que instila vida dentro de mim. Eu sou o pensador que pensa sobre o pensamento. Eu sou a curiosidade, sou a razão, sou o amor e o ódio. Sou a indiferença. Sou o filho de um pai, que por sua vez foi filho de outro pai. Sou o motivo do riso de minha mãe e a razão de seu pranto. Sou uma maravilha e sou capaz de me maravilhar. Sim, o mundo pode ir apertando botões à medida que passa através de seus circuitos. Mas o mundo não passa através de mim. Eu sou o meio pelo qual o universo teve consciência de si próprio. Sou aquela coisa que nenhuma maquina será capaz de fabricar. Eu sou feito disso: de significado."

Gênesis - Bernard Beckett

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A pipa, o vento, a cama.

Deitado na cama, antes da hora do jantar ele se lembrava da pipa.

A pipa e eu, eu e a pipa. Um dia de calor com horas vagas. A pipa se deixava levar pelo vento.

Ah, o vento!

Podia senti-lo em minhas mãos, era como se o mundo todo estivesse sobre controle dele:

O vento.

Amarelo, azul e alaranjado. Cenário do personagem principal, o qual passava por diversas aventuras, era como assistir um filme ou algo parecido, mas assim ele também fazia parte da história.

Este controle o estimulava a crescer, mudar, buscar algo novo.

A pipa, o vento e agora a cama.

Teria que deixar todas para trás, levantar, jantar, dormir, trabalhar...

Continuar.

Afinal, os tempo de pipa, assim como um filme, tinha um fim.

Era hora de uma nova produção.


@tehquintela

terça-feira, 14 de agosto de 2012

"Celebração de bodas da razão com o coração."

"Para que a gente escreve, se não é para juntar nossos pedacinhos? Desde que entramos na escola ou na igreja, a educação nos esquarteja: nos ensina a divorciar a alma do corpo e a razão do coração.
Sábios doutores de Ética e Moral serão os persuasores das costas colombianas, que inventaram a palavra sentipensador para definir a linguagem que diz a verdade"

O Livro dos Abraços - Eduardo Galeano.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Procura-se.




Talvez seja isso então,

Os elogios, o tempo compartilhado, as frases formadas e os batimentos acelerados.

Então é isso,

Que faz com que a loucura pareça sensatez? 

Que transforma mundos e modifica rotinas? 

Pode ser que seja, pode ser que não.

Mas, essa música de fundo, os olhos brilhando e as mãos juntas...

Algo me diz diz que talvez seja amor.

 Definir não esta entre as melhores habilidades , talvez me confunda e isso tenha outra denominação, não sei. 

Procuram-se palavras. É... Talvez seja isso.

@tehquintela