quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Viver, até quando?

Até quando essa rotina?

Até quando essa mediocridade?


Até quando essa coisa que ninguém entende, mas todos fingem que sabem?

Giramos em círculos.

Movimentos circular.

Desculpa te informar:

Não vamos a lugar algum.

Pode correr ou se esforçar o quanto quiser,

O fim é o mesmo.

De longe, tudo parece igual.

Viver?

Que tolice.

Tudo que se esforçamos para fazer um dia percebemos que é inútil

Os segredos que guardamos, não são nada demais.

De nada importa...

A hora chega e você fecha os olhos e não os abre mais.

Epílogos e finais.

domingo, 20 de novembro de 2011

Píramo e Tisbe


 "Píramo era o mais belo jovem e Tisbe, a mais formosa donzela em toda a Babilônia, onde Semíramis reinava. Seus pais moravam em casas contíguas; a vizinhança aproximou os dois jovens e o conhecimento transformou-se em amor. Seriam venturosos se se casassem, mas seus pais proibiram. Uma coisa, contudo, não podiam proibir: que o amor crescesse com o mesmo ardor no coração dos dois jovens. Conversavam por sinais ou por meio de olhares, e o fogo se tornava mais intenso, por ser oculto.
Na parede que separava as duas casas, havia uma fenda provocada por algum defeito de construção. Ninguém a havia notado antes, mas os amantes a descobriram. Que há que o amor não descubra? A fenda permitia a passagem da voz; e ternas mensagens passaram nas duas direções, através da fenda. Quando Píramo e Tisbe se punham de pé, cada um de seu lado, suas respirações se confundiam.
- Parede cruel! - exclamavam. - Por que manténs separados dois amantes? Mas não seremos ingratos. Devemos-te, confessamos, o privilégio de dirigir palavras de amor a ouvidos complacentes.
Diziam tais palavras, cada um de seu lado da parede; e, quando a noite chegava e tinham de dizer adeus, apertavam o lábio contra a parede, ela do seu lado, ele do outro, já que não podiam aproximar-se mais.
De manhã, quando a aurora expulsara as estrelas e o sol derretera o granizo nas ervas, os dois encontraram-se no lugar de costume. E então, depois de lamentarem seu cruel destino, combinaram que, na noite seguinte, quando tudo estivesse quieto, eles se furtariam aos olhares vigilantes, deixariam suas moradas, dirigir-se-iam ao campo e, para um encontro, iriam ter a um conhecido monumento que ficava fora dos limites da cidade, chamado o Túmulo de Nino, e combinaram que aquele que chegasse primeiro esperaria o outro, junto de uma certa árvore.Era uma amoreira branca, próxima de uma fonte. Tudo ficou combinado e os dois aguardaram, impacientes, que o sol se escondesse sob a s águas e que a noite delas se levantasse. Então, Tisbe ergueu-se, cautelosamente, sem ser observada pela família, cobriu a cabeça com um véu, caminhou até o monumento e sentou-se embaixo da árvore. Enquanto estava ali sentada, sozinha, à luz difusa da noite, avistou uma leoa, que, com a boca ensangüentada por uma presa recente, aproximava-se da fonte, para matar a sede. Ao vê-la, Tisbe fugiu e refugiou-se numa gruta, deixando cair o véu quando fugia. A leoa, depois de saciar a sede na fonte, virou-se para voltar aos bosques, e, ao ver o véu no chão, investiu contra ele e
despedaçou-o, com sua boca ensangüentada.
Píramo, que se atrasara, aproximou-se, então, do local do encontro. Viu, na areia, as pegadas da leoa e o sangue fugiu-lhe das faces. Logo em seguida, encontrou o véu, dilacerado e cheio de sangue.
- Desventurada donzela! - exclamou. - Fui a causa de tua morte! Tu, mais digna de viver que eu, caíste como primeira vítima. Seguir-te-ei. Fui o culpado, atraindo-te a um lugar tão perigoso, e não estando ali eu próprio a guardar-te. Vinde, leões, dos rochedos e despedaçai com vossos dentes este corpo maldito!
Apanhou o véu, levou-o até a árvore onde fora combinado o encontro, e cobriu-o de beijos e lágrimas.
- Meu sangue também manchará teu tecido - exclamou.
E arrancando a espada mergulhou-a no coração. O sangue esguichou da ferida, tingiu de vermelho as amoras brancas da árvore, e, penetrando na terra, atingiu as raízes, de modo que a cor vermelha subiu, através do tronco, até o fruto.
Enquanto isso, Tisbe, ainda trêmula de medo, e não desejando, contudo, desapontar o amante, saiu cautelosamente, procurando o jovem com aflição, ansiosa por contar-lhe o perigo que atravessara. Ao chegar ao local e vendo a nova cor das amoras, duvidou que estivesse no mesmo lugar. Enquanto hesitava, avistou um vulto que se debatia nas vascas da agonia. Recuou, e um tremor percorreu-lhe o corpo todo, como a água tranqüila se encrespa ao ser atingida por uma lufada repentina de
vento. Logo, porém, reconheceu o amante, gritou e bateu no peito, abraçando-se ao corpo sem vida, derramando lágrimas sobre as feridas e beijando os lábios frios.
- Píramo, quem te fez isto? - exclamou. - Responde, Píramo! É tua Tisbe quem fala. Sou eu, a tua Tisbe, quem fala. Ouve-me, meu amor, e ergue esta cabeça pendente!
Ao ouvir o nome de Tisbe, Píramo abriu os olhos e fechou-os de novo. A donzela avsitou o véu ensangüentado e a bainha vazia da espada.
- Tua própria mão te matou e por minha causa - disse. - Também posso ser corajosa uma vez, e meu amor é tão forte quando o teu. Seguir-te-ei na morte, pois dela fui a causa; e a morte, que era a única que nos podia separar, não me impedirá de juntar-me a ti. E vós, infelizes pais de nós ambos, não negueis nossas súplicas conjuntas. Como o amor e a morte nos juntaram, deixai que um único túmulo nos guarde. E tu, árvore, conserva as marcas de nossa morte. Que tuas frutas sirvam como memória de nosso sangue.
Assim dizendo, mergulhou a espada no peito.
Os pais ratificaram seu desejo, e também os deuses. Os dois corpos foram enterrados na mesma sepultura, e a árvore passou a dar frutos vermelhos, como faz até hoje."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mad Girl's Love Song

"I shut my eyes and all the world drops dead;
I lift my lids and all is born again.
(I think I made you up inside my head.)

The stars go waltzing out in blue and red,
And arbitrary blackness gallops in:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)

God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I fancied you'd return the way you said,
But I grow old and I forget your name.
(I think I made you up inside my head.)

I should have loved a thunderbird instead;
At least when spring comes they roar back again.
I shut my eyes and all the world drops dead.
(I think I made you up inside my head.)"
 Sylvia Plath.

domingo, 13 de novembro de 2011


"Ela disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas mas em todo meu jardim não há uma única rosa vermelha."


Oscar Wilde – A Rouxinol e a Rosa


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dente de Leão


Eram tantos que ela poderia fazer um buque.

Um buque sensível, com o vento se desmancharia...

Talvez essas sejam as flores idéias para se dar a alguém.

São bonitas e duram pouco.

Podem machucar ou agradar...

Não importa.

Quando assoprarem, ela vai embora.

FIM.


@tehquintela

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Criança



A criança que antes era pega no colo hoje corre.

Corre em direções distintas das outras crianças.

Corre não sei pra onde.

Corre não sei pra que.


Só corre.


A criança que era amada hoje esta pronta para amar alguém.

Crianças prontas para sofrer

Para viver.

Crianças que com sua inocência acreditavam em baboseiras,

Hoje pregam peças em despreparados.

Crianças que sabiam de cor aberturas de desenhos, historias de livros infantis, o nome de personagens

E mesmo assim queriam reprise.

Criança quando gosta, ama.

Depois inverte, diz que ama mas só gosta.

Quer só episódios novos, se preocupa com o tempo.


Rever pra que?
Tempo pra que?


Crianças que anseiam por crescer.

Crianças não tem o que temer.

Crianças um dia vão se arrepender,

Um dia vão sofrer.

Deixar de ser criança dói.


Dói mais ainda perceber que você não vai conseguir deixar de ser...







@tehquintela


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte chama.

Bom servo das leis fataias
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes,
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.




(Fernando Pessoa)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O desprezo.


Ninguém, só eu.
Mas até quando?
Até quando isso vai doer?
Pra quê?
Parece que escutamos, mas não ouvimos nada,
O som da batida esta muito longe.
O inverno esta distante
E isso é tão estranho.
O presente já parece passado.
O que vai ser do futuro?
Até ele se torna passado...
Mas enquanto isso “Te amo totalmente, ternamente, tragicamente."

                                                                                                                             @tehquintela