sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Let the seasons begin



De longe, por perto... Ou será só impressão sua?

Estou aqui, mas quem disse que estou lá?

Atiro de longe e não sei se acertei a mira.

Tem felicidade, mas tem tristezas não é? 

Mas não é assim que deve ser?

Por que disso?

Por que daquilo?

Eu não sei.

Querer fugir serve como resposta?

Não há fuga.

Por que então? Posso perguntar?

Inevitável, involuntário.

E as escolhas?

Inevitável, involuntário.

E a dor?

Inevitável, involuntário.

Mas sabe... Você vai sobreviver.

Sobreviver pra que? Por quê?

Não há razão, não há por que.

Sentimentos.

É só mais um vazio.

DEFINA!

Inevitável, involuntário.

Não há saída, não há para onde ir.

Se um dia encontrar a razão, perceberá que ela era louca.

Sigo aos loucos.

Siga ninguém.

Não vá longe, fique perto de mim.

É perigoso.

O que tememos?

É perigoso.

Errado.

DEFINA

Errado.

Certo.

Não há.

                                                                                                       @tehquintela

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

E você que achava que seus professores durariam pra sempre?


Eles são seres idealizados que vivem no nosso lado durante uma boa parte da vida, brincam e brigam e isso faz com que esquecêssemos que são só pessoas depois que atravessam a porta da sala de aula.

Durante os anos eles conquistam ou nosso amor ou nosso ódio, ódio que depois percebemos que é besteira... Eles são seres além, cedo ou tarde cedemos a eles e cada vez mais se tornam importantes para nossa mera vidinha de estudante.

Eles são incríveis, inteligentes, bárbaros, super heróis comuns que admiramos.

Se pudesse, teria eles sempre por perto só para tirar uma duvida ou só conversar um pouco...

Bom, isso eu não posso fazer, mas sei que na memória terei aquelas canções, piadinhas, conversas, aulas que agora se tornaram lembranças. Tem que ser um mestre para fazer aulas que podiam ser chatas se tornarem melodias, livros se tornarem interessantes, discussões mudaram conceitos, aulas que nos libertaram. Por isso que somos tão gratos. 

John Lennon cantava “Strawberry Fields Forever” acho que hoje eu cantaria difrente: School Teachers Forever. 

Pois é, bem perto do fim eu percebo o quão especiais vocês foram ou são e de uma coisa eu sei, até daquela que eu não sinto tanto afeto, vou querer um abraço forte antes de partir.

                                                                                                                                                                                  @tehquintela
 

domingo, 18 de setembro de 2011

What do you love about music?

“Quase Famosos” durante muito tempo foi um filme muito especial pra mim. Certa noite, alguns anos atrás, vi uma parte dele na TNT, mas não cheguei ao final e nem sabia o nome. Depois de alguns meses acordei de madrugada e vi só o ultimo bloco na Globo, então ainda não sabia o nome, o tempo foi passando e só depois de mais ou menos um ano eu fui descobrir o titulo e assim que soube fui atrás do DVD e finalmente vi o filme completo. Acho que por isso que eu tenho um carinho enorme por esse filme, sempre o revejo em ocasiões especiais, porém nesse domingo resolvi rever a edição definitiva para fazer uma “analise”.


O filme conta a historia de William Miller, um rapazinho precoce com uma mãe professora que comemora o natal em setembro para não fazer parte dessa data comercial, ele tem uma irmã mais velha, Anita, e ela que apresenta a ele esse mundo do rock roll, e a partir disso a vida dele muda.

O filme é cheio de referencias, eu anotei cerca de 40 delas, mas acredito que ainda tenham muitas outras. Grande parte do filme se passa na viagem que William faz com a banda Stillwater para fazer uma reportagem para Rolling Stone, e na mesma noite que ele conhece a banda, ele conhece a impecável Penny Lane, ela e outras garotas dão “suporte as bandas”( “We are not Groupies. Groupies sleep with rockstars because they want to be near someone famous. We are here because of the music, we inspire the music. We are Band Aids”).

Uma das cenas interessantes, que eu não tinha percebido antes, é quando Penny Lane conhece Russell. A trilha sonora muda suavemente durante o longo aperto de mão deles e quando percebemos esta tocando “River” da Joni Mitchell (You loved me so naughty,
It made me weak in the knees).

Analisando melhor o William, podemos perceber que ele tem uma mania de pegar “souvenirs”. Nos hotéis, temos duas cenas em que ele pega coisas dos carrinhos das camareiras e a cena em que ele pega a camiseta deixada pelo grupo. Essa mania dele é comprovada quando a mala dele caiu em NY e vemos varias coisas estranhas lá dentro.

Para quem já viu o filme, existem frases memoráveis como: “I’m a golden god”; mas as cenas que eu mais gosto ocorrem no ônibus (Doris is the soul of this band!”), é tão bonito quando ele aparece junto com o nascer no sol (depois da cena em que eles derrubam o portão) e é naquele ônibus, quando todos estão cantando “Tiny Dancer” que William vira para Penny Lane e diz: “I have to go home”
“You are home”. Tão simples, mas tão bonito o que esse ônibus representa.

 
E temos algumas cenas extras nesse DVD, entre elas uma das falas marcantes de Penny Lane “It’s all happening” é imitada por William, uma entrevista da banda para uma radio, Penny Lane de calcinha vermelha com estrelinhas brancas, uma festa de aniversario para Penny Lane, a despedida da Polexia, e algumas outras que fazem o filme se tornar mais bonito ainda.
 

 
“Quase Famosos” é um filme de Cameron Crow que conta um pouco da sua historia, um pouco de musica, um pouco sobre amor e com certeza sempre vale a pena rever. Um filme cativante que não vejo como alguém não gostar.
 
One day you'll be cool. Look under your bed, it'll set you free.”

                                                                                                                    @tehquintela

sábado, 17 de setembro de 2011

“O melhor filme que você viu nesse ultimo ano”


Minha escolha direta foi “Weekend á Francesa” do Godard, dos muitos filmes que eu vi esse ano, esse é um dos que mais me marcou.

Weekend foi o meu primeiro Godard e com certeza o que eu mais gostei até agora (em segundo lugar “O Demônio das Onze Horas”), logo nas primeiras cenas a protagonista descreve para seu marido como foi fazer sexo com outro casal, é só a descrição, mas é tão intensa, longa que te manipula a pensar tudo aquilo.

Com um enredo totalmente fora do normal, frenético, catastrófico, caótico, com varias referencias, criticas e metalingüístico. O filme chega a ser pesado com a trilha sonora, a fotografia e os extremos do ser humano.
A violência e o caos de uma forma admirável.

“Weekend á Francesa” foi um filme “divisor de águas” pra mim, me levou a um dos grandes diretores que admiro hoje, por isso sou tão grata a esse filme. 


                                                                                                                     @tehquintela

"You're a natural born killer."
  
Kill Bill: Vol.2 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

“É hora de refletir e observar e de se manter concentrado no fato de que afinal toda superfície do mundo que nós conhecemos vai acabar soterrada pela poeira de um bilhão de anos... Sim, mais solidão então.”

Big Sur - Jack Kerouac 

Se eu pudesse escolher qual vai ser o ultimo livro que eu vou ler na minha vida, acho que seria "Big Sur".



@tehquintela

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Why is it so important to dream?


Já dizia Godard “Vida real é outra coisa.” Mas quem me garante que isso é real?

Em meio a essas duvidas e ainda sobre esse assunto de sonhos, encontro alguns filmes pertinentes.

Primeiro quero falar sobre o famoso “A Origem” o filme fez parte dos indicados do ultimo Oscar e com certeza foi um dos que eu mais gostei. Ele acaba com todo esse conceito que o seu sonho é o seu mundo e com a incrível direção de Christopher Nolan faz você se sentir em outro mundo, mas não é nada demais, é só um sonho arquitetado por Ariadne (Ellen Page) e invadido por Cobb (Leonardo DiCaprio).

Saindo parcialmente temos “Paprika” uma animação japonesa dirigida por Satoshi Kon que fala sobre um aparelho que permite a “conexão” entre o mundo real e o mundo dos sonhos e na animação vemos até que ponto isso é possível. Até onde poderíamos chegar nessa fronteira sem enlouquecer. O filme é vibrante, as cores, e como uma boa animação japonesa, não deixa a desejar.

E por ultimo “Waking Life”, outra animação mas dessa vez do diretor Richard Linklater (“Antes do Amanhecer” e “Antes do Pôr-do-Sol”) nesse filme encontramos o personagem preso dentro dos próprios sonhos e neles vemos questionamentos sobre a vida, realidade, existencialismo, cinema e sobre sonhos. É interessante como ele se encontra preso e assim pode se conhecer e a possibilidade de acordar dentro do sonho e mesmo assim continuar sonhando, um sonho consciente.

Três dicas de filmes sobre sonhos, filmes assim me intrigam. Tanto que são quase uma e meia e a insônia persiste mas como no começo de “Waking Life”:

“Sonhar é destino”
 

É fechar os olhos e partir. 

                                                                                                                          @tehquintela

                                                                                              

domingo, 4 de setembro de 2011

Dreams Never End



Sonhos são extremamente curiosos (veja mais aqui, post que me inspirou a escrever esse) eu, com as minhas poucas horas de sono, sempre lembro deles.

Fim do mundo, situações estranhas na escola, séries, filmes, livros, tudo isso se prolonga dentro da minha cabeça, muitas vezes de uma forma coerente outras vezes de formas bizarras (como um ratinho com uma foice) e a pior delas é quando o sonho se mistura com os meus maiores desejos e acordo odiando a realidade.

 Hoje aconteceu de novo...no sonho você estava aqui, somente o vão entre duas camas  nos separava. Eu estava brava com alguma coisa e você me olhava com seus olhos enormes e fazia caretas para ver se eu sorria pelo menos uma vez e eu, besta como só fico com você, sorri, olhei para o lado oposto, pisquei e quando estiquei a mão para te tocar... Nada. Toquei o vazio porque era só um sonho.

“Nos sonhos entramos num mundo que é exclusivamente nosso”* se existe algo que é só seu, são os sonhos, mas não se esqueça que o sono sempre acaba e você volta para o mundo real só com a lembrança daquilo que foi só um sonho. 

 
“Nos meus sonhos eu sempre vou te procurar
Pra poder te falar
Que sem teu amor
Não há luz, calor
O meu mundo é frio”   Meu Desejo- Inuyasha

*Dumbledore - Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

                                                                                                                   @tehquintela

sábado, 3 de setembro de 2011

Felicidade Aparente




Tudo parece bom demais, tudo é tão bonito.

Sorrisos, abraços, simpatia.

Tudo perfeitamente bem mas ao mesmo tempo tão triste.

Vai passar.

Felicidade aparente não dura para sempre.

A tristeza me agrada mais, 

Faz com que tudo seja intenso.

Não importa se é real.

Nada importa.

Um hora percebemos que não é tão bonito...

Não é tão feliz...
                                                                É só aparente.


@tehquintela

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Despedida

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação. Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.

                                                                                                                         Rubem Braga   (" A Traição das Elegantes")