terça-feira, 31 de maio de 2011

Além do conhecido.


Estava sem chão, sem lugar para se apoiar, sem nenhum lugar para se esconder, nem meus os seus pensamentos mais tenebrosos a queriam. Eles se recusavam, a dar abrigo a quem os escondia.
Corria de si mesma, mas quando parava era alcaçada por algo maior que ela. O medo, esse que tomava proporções gigantescas à medida que o tempo ia passando. Até que um dia cansada de correr, parou e deixou esse medo a absorver por completo.
Escuro. Nada a vista.
Nada. Tudo que era possível ser visto era a escuridão, ouvir? Só a respiração, que ficava cada vez mais forte e mais ritmada, quando ela percebeu que não era mais preciso respirar, ouvir, sentir... O que era preciso naquele momento era continuar vida, pois seu corpo dormente não respondia a nenhum comando. E ela também não o havia tentando despertar.
Estava em paz, em um lugar desconhecido. Não lembrava porque fugia, não lembrava... Lembrar... fugir...ser...crer...  Ser aquilo que todo mundo era, um ser igual e tão diferente.
Acordou, estava parada diante do seu espelho, analisou cada centímetro do seu rosto e olhou para o que lhe chamava mais atenção: seus olhos, que estavam mais escuros que o de costume.
Pensou que havia ido longe mas apenas tinha entrado em um lugar que se recusava a ir durante muito tempo.
                        

                                                                                                                                                                                                                                                                            @julborges

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